quarta-feira, 28 de maio de 2008

The name is Bond, James Bond


Faz hoje 100 anos que nasceu Ian Fleming. Gostando ou não, os factos são claros: é o personagem que mais filmes tem, nenhum outro tem alimentado o imaginário de tantas gerações, a frase mais conhecida do cinema é precisamente a do título deste post, enfim poderíamos encontrar mais dados neste sentido.

Sempre preferi os livros aos filmes, uma excepção para o "From Russia with Love", que até ao lançamento de "Casino Royale" era o meu favorito, este marcou uma viragem, que espero seja definitiva, pois a aproximação ao texto mantendo uma actualidade politica está brilhante. Falando em actualidade essa foi sempre uma das razões do sucesso da série, sempre acompanhou a evolução politica.

Ian, como todos já devem saber, viveu algum tempo em Portugal, mais propriamente no Estoril cujo Casino serviu de inspiração para o seu primeiro livro. Em Portugal foi rodado "On Her Magesty Service", infelizmente interpretado pelo pior actor de todos os que fizeram o papel do agente menos secreto do mundo. Por falar nisso a fasquia foi logo colocada muito alta, Sean Connery dispensa qualquer apresentação, não gostei muito do Roger Moore, nem do Timothy Dalton, por outro lado Pierce Brosnan foi brilhante, quanto a Daniel Craig gostei imenso do seu papel de agente secreto imaturo, a progressão ao longo do filme foi brilhante e estou cheio de curiosidade para ver "Quantum of Solace" que se irá estrear este ano.

Fiquem Bem na Lua, no Lado Escuro da Lua!

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Trabalheira



Finalmente consegui acabar de retocar as fotos de mergulho (as que achei que valia a pena) no Photoshop. Foi uma trabalheira, mas o resultado foi magnífico. Eu até achava que as fotos que a minha máquina tirava estavam com um bom equilíbrio de brancos e uma cor fidedigna, depois de corrigir os níveis de branco e as cores neste programa fiquei de boca aberta.

Foram perto de 200 fotos. Além disso ainda me lancei na tarefa de passar todas as cassetes de VHS para DVD, só falta do Cousteau que vão ser 5 discos com 8 horas de filme cada um! É preciso também acrescentar a colaboração nos blogues da Delegação de Almada da Associação de Comandos e da Planeta d'água assim como para as revistas de ambas.

Como vêem tenho andado um pouco ocupado, se a isto juntarmos uma série de outros projectos que a seu tempo serão revelados, poderão perceber que apesar de ainda estar de baixa (as costas ainda não me permitem estar mais de 1 hora seguida sentado) não tenho tido descanso.

Agora já devo arranjar mais um tempinho para pôr a leitura em dia e para ser mais assíduo na blogosfera, vamos lá a ver se não arranjo mais nenhum caldinho.

Fiquem Bem, no Lado Escuro da Lua!

terça-feira, 20 de maio de 2008

Exausto

Hoje estou exausto, cheio de sono, amanhã volto, mas antes uma boa noticia: já estou de novo a usar o portátil, tudo o que precisei foi de um teclado velhinho, um rato USB e voilá!

Descansem bem no Lado Escuro da Lua!

domingo, 18 de maio de 2008

Será realidade?

Não sei se é realidade ou estarei só a sonhar. Terei ido mergulhar a Sesimbra? Ou simplesmente fiquei toda a manhã a dormir?
A beleza com que os meus olhos foram presenteados deixa-me na dúvida. Terei visto magníficas estrelas do mar vermelhas a conversar com cabozes laranja?




Terei mesmo visto uma dessas estrelas colocar-se de pé e perguntar-me porquê que fazia tantas bolhinhas.

Neste momento, aqui acordado sinto-me embalado nos braços do mar, poderá ser verdade? Ou continuo a sonhar?



Sinto-me tentado a acompanhar uma destas estrelas numa dança imponderável, liberto das grilhetas da gravidade, solto das amarras da razão, livre do ruído e da sujidade da superfície.

No entanto interrogo-me: Será realidade toda esta erupção de emoções que me percorrem o corpo? Esta tremenda felicidade que me invade o espírito terá um fundamento real?


Encontrei ancoras que outrora prenderam navios e que hoje são elas prisioneiras de corais, algas e espirógrafos. Podem ter perdido a utilidade para que foram concebidas, mas hoje têm um maior desígnio: acolher e proteger a vida de singelas e sensíveis criaturas.

Será que as ancoras também sonham? Será que sonham em tornarem-se o alicerce de um grande banco de coral? Ou sonharam em voltar a serem carcereiras de um qualquer navio?


E o frágil e belo espirógrafo raiado que dela fez casa, será que também ele tem sonhos? Serei o único que sonha? Será que estou a sonhar que o espirógrafo também sonha?

Terei mesmo contemplado os seus esguios tentáculos? Ou será que tudo não é mais que o fruto de uma imaginação adormecida?


E no entanto vejo-o a oscilar os seus braços num balet que envergonharia o próprio Baryshnikov.

- É verdade que tu sonhas? - perguntei-lhe.
- Claro que sim! Por exemplo agora estou a sonhar que um humano está a falar comigo.
- Como é isso possível? Eu estou mesmo aqui a falar contigo.
- Tens a certeza? Não estarás tu também a sonhar?


Perplexo, perguntei a um cardume de sargos que passava por ali se era verdade que tudo aquilo não passava de um sonho.

Eles responderam-me que talvez sim, eles próprios sentiam uma profunda paz. Mas disseram-me para não ficar triste pois o sonho faz parte da vida e é tão real como ela. O sonho não é mais do que atravessarmos a fronteira de um mundo para o outro, da dura realidade para o suave entorpecimento da razão.

E depois nunca se saberá bem quando estamos acordados ou quando sonhamos.


Terão sido miragens oníricas as belas gorgónias roxas, que embalavam os seus braços suavemente com a corrente, como se estivessem bailando?

Que interessa isso. A verdade é que desfrutei dos mais belos momentos que alguma vez vivi, quer em sonhos, quer na realidade. Adormeci ou acordei, não interessa, só interessa a profunda paz em que me sinto mergulhado.

Se calhar sou uma gorgónia a sonhar que sou um homem que sonha.


Fiquem Bem, no Lado Escuro da Lua!

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Pausa

Tive de fazer uma pausa curta, o portátil inundou e ficou sem metade do teclado. Estava ali deitado a apanhar um solinho e quando tive de vir cá dentro caiu uma carga de água. Bem dá para consultar a net e sempre posso escrever algo muito curtinho pois tenho de usar o teclado virtual. Depois estive a limpar as cabeças do VHS e a passar uns filmes que tinha gravado para o DVD.

Eu sei que gosto da água, de estar na água, também é verdade que levo um computador quando vou mergulhar, mas não era aquele bolas!

Promessas são promessas e aqui não é para falar mal de ninguém, vou descarregar o fel sobre o silva e restante corja no "de-escarnio". 

Prometo que voltarei breve.

Fiquem Bem, no Lado Escuro da Lua!

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Diário de um Caboz Laranja com a Cabeça Preta

Hoje resolvi afastar-me das rochas e aventurar-me pelos fundos de areia. É estranho como é que outros peixes se aventuram a viver aqui, sem esconderijos, sem um lugar onde nos refugiarmos caso nos achem com bom aspecto para refeição.

Mas afinal é sempre possível encontrar onde nos escondermos. Vi um caranguejo usar uma cenoura do mar como abrigo, quase não o via se ele não me tem chamado, acho que não o teria visto.

Mal me afastei logo dou de caras com um choco que teve a amabilidade de se mostrar mudando a cor. Pregou-me cá um susto, ali estava eu a nadar sobre a areia e de repente esta muda de cor e vejo surgir uns tentáculos ameaçadores! Felizmente ele estava apenas a brincar divertido por ver um caboz laranja de cabeça preta a andar por ali. Perguntou-me o que fazia tão longe de casa e eu disse-lhe que queria conhecer outros mundos.

Ele levou-me então numa fantástica visita a sítios que eu pensava não puderem existir e foi-me explicando tudo o sobre cada um deles.

Em primeiro lugar visitamos um Xarroco que vivia entocado numa pedra coberta de limos. Bolas ele é mesmo estranho com aquela boca tão grande. O choco riu-se - Então e eu que tenho os pés na cabeça? -Mas tu não tens uma boca ameaçadoramente grande -retorqui-lhe envergonhado.
- Achas-me ameaçador? Então é porque nunca vistes aqueles bichos com 2 caudas e que andam normalmente lá na superfície. - Ralhou-me o Xarroco.
- Quais? Aqueles que soltam bolhas de ar?
- Esses até nem são maus de todo, apenas um pouco desastrados e mais feios do que eu, esses vêm cá abaixo porque gostam de aqui estar. Sabes que sinto pena deles, pois tenho a certeza que eles queriam ser peixes como nós.


- Deves estar a brincar - interveio o choco - ainda no outro dia o meu primo foi arpoado por um deles.
- Não! Esses são outros, não fazem bolhas e têm um tentáculo comprido ou algo assim, esses vêm cá para nos comer, os das bolhinhas são nossos amigos, só chateiam é quando vêm com umas coisas que dão um relâmpago, que não faço a mínima ideia para que servem.
Contei-lhes que já tinha visto desses, das bolhinhas, e que até os tinha achado simpáticos, tirando lá aquela coisa do relâmpago. Perguntei-lhes de onde eles vinham e disseram-me que vinham lá de cima de onde vem a luz.

Achei que devia ser maravilhoso viver lá na claridade absoluta, entretanto o caranguejo, que se tinha aproximado para ouvir a conversa disse-me que me levava para me mostrar, pois ele vai lá muitas vezes.

No caminho fomos conversando.
- Nem sabes como te invejo - disse-lhe.
- Olha que nem tudo é bom, para começar esses bichos de quem vocês falam, sujam tudo acham-se os reis e senhores e têm destruido tudo, apesar de alguns deles tentarem defender o mundo, a maior parte só se sente bem a destruir. Olha são bem piores que os Tubarões, esses só matam para comer. Os Homens, que é o nome desses bichos, destroem para ganhar uns papeis e uns discos de metal que guardam como uma relíquia, chamam dinheiro e até parece que é daquilo que se alimentam.

Quando voltei vinha muito triste, vi chaminés a libertarem fumo preto, árvores a serem arrancadas, percebi finalmente de onde vinha aquela porcaria toda que nos tem invadido. O mundo da superfície é muito belo, o caranguejo não me deixou regressar sem ver o pôr-do-sol que é um espectáculo deslumbrante, mas os Homens têm estado a destrui-lo erigindo estranhas formações de coral ligadas por tapetes de pedras que eles atravessam numa correria desenfreada, umas vezes a pé outras dentro de umas caixas metálicas com umas rodas pretas e que para além de fazerem uma grande barulheira também deitam um fumo malcheiroso, para ganharem aqueles papeis e discos de metal, não parando para ver o que ainda de belo lhes resta.

Talvez seja esse o problema deles, como não têm tempo para ver o que é belo, não se importam de o destruir. Porque será que se portam assim? Pensei que fosse da gravidade, que é uma coisa que não sentimos cá debaixo de água e que os cola ao chão, mas o caranguejo disse-me que em terra havia outros animais e que nenhum era como o Homem. Acho que a culpa é mesmo daqueles papeis e discos de metal, não percebo porquê que eles são capazes até de se matarem uns aos outros por causa daquilo.

Fiquem Bem, no Lado Escuro da Lua!

sábado, 3 de maio de 2008

The Wet Side of the Moon

Resolvi começar a fazer uma colectânea com as melhores fotos submarinas que tirei. Depois de ler o Imersus (ver aqui) fiquei com vontade de mostrar as minhas fotos, embora tenha a certeza que não chego aos calcanhares do Miguel e nem seja para mim um objectivo ombrear com o seu trabalho, no entanto senti-me impelido a partilhar as melhores imagens que faço quando mergulho. Algumas até é possível que tenha publicado já, outras serão inéditas, algumas delas serão tal e qual a câmara registou outras serão alvo de uns retoques a fim de melhorá-las.

Como publicá-las todas de uma vez seria enfadonho, irei colocar no máximo 5 de cada vez. Vou seguir uma ordem cronológica, tentarei sempre que possível acompanhá-las por um texto que será inspirado por elas e uma recomendação musical, que deverá constar na playlist. Criei uma label exclusiva para estes posts The Wet Side of the Moon, permitindo que sejam mais facilmente localizáveis.

Estas 3 foram tiradas em Sesimbra nos dias 22 de Abril e 14 de Maio de 2006. A banda sonora recomendada é Depeche Mode - Precious (posição 9).

O que é precioso é frágil e muitas vezes invisível para aqueles que têm pressa, cuja vida é constantemente regida pelo relógio, para aqueles que vêem o mundo por entre os ponteiros.

Por vezes é necessário deixarmos o relógio na mesa de cabeceira e olharmos para o que nos rodeia calmamente. Só assim é possível apreciarmos a vida, vivermos e não sermos apenas mais uma peça de um qualquer relógio.


Preciosos são também todos os segundos que passo debaixo de água, todas as imagens que aí passam pela minha retina, gostava de guardá-las todas e poder mostrá-las ao mundo, de poder revivê-las vezes sem conta. A graciosidade de um Caboz laranja e de cabeça preta, o aspecto floral de um Espirógrafo ondulando com a corrente como se tratasse de um girassol açoitado pelo vento por entre a poeira que se eleva em espirais.

Dou por mim sonhando sentir-me na imponderabilidade submarina, contemplando a preciosa delicadeza daquele Espirógrafo. O Caboz laranja com a cabeça preta pergunta-lhe se sabe que ser estranho que liberta umas bolhas de ar e carrega estranhos objectos às costas é aquele que está ali a observá-los. Ele responde que é um daqueles que vivem à superfície olhando para umas coisas esquisitas com uns ponteiros que transportam nos pulsos.


Fiquem Bem, no Lado Escuro da Lua!