Já faz muito tempo que não lia um livro em menos de 24 horas. Aconteceu com “No teu deserto” de Miguel Sousa Tavares. É certo que o livro não é grande, tem as letras bem dimensionadas, mas lê-se num ápice, cativa-nos, prende-nos e depois acaba-se, deixando imediatamente saudades.
É um livro relatado na primeira pessoa, mostrando uma faceta de MST que poucos conhecem, apenas os mais íntimos ou, no meu caso, frequentou o mesmo bar de Lagos e na mesa do lado observou e ouviu por várias vezes o Miguel em contraponto, mas não em oposição, com o Miguel Sousa Tavares que vemos na TV.
O deserto é mesmo assim, muda uma pessoa, transforma-a. Uma viagem ao deserto é uma viagem de ida, quem de lá regressa já não é a mesma pessoa que partiu, essa morre lá invariavelmente. Enquanto o li regressei lá, senti os seus cheiros, os seus calores, os seus frios. Lembrei-me das suas estranhezas e da sua extrema beleza, árida, seca, deserta, selvagem. Admito que quem não tiver vivido essa experiencia possa não ter uma sensação tão intensa quanto a minha, pois o livro não relata propriamente a viagem, centra-se numa relação de 2 pessoas em que o deserto se entranha, mistura, condiciona, numa relação impossível de acontecer fora do deserto. De facto este livro não conta uma história, mas sim 5 histórias: a dele, a da Cláudia, a de ambos, a da viagem e a deles no deserto. Tudo usando as mesmas frases, as mesmas palavras.
Um dos mais belos livros que já li!
Fiquem Bem no Lado Escuro do Deserto!
Subscrevo tudo o que disse!
ResponderEliminarE neste momento "No teu deserto" está no topo dos meus livros preferidos, ainda nenhum se igualou à belíssima escrita deste. Não há duvida de que nos aquece o coração. Uma bela história mas triste.
Rita - Em primeiro lugar quero dar as boas vindas ao cantinho dos comentários.
ResponderEliminarEm relação ao livro, só posso dizer que ficou cá, preencheu-me a alma como, arriscava-me a dizer nenhum outro o fez até hoje.
Pode ser triste, talvez por isso, se entranhou tanto na minha alma. Mas é belo, profundamente belo, tremendamente belo.
Nitrox, já agora o que achou dos excertos em que é a visão da Cláudia que nos é dada a conhecer?
ResponderEliminarAinda não li esse livro, mas fiquei com vontade, depois nesta época sabem bem um livrinho na praia.
ResponderEliminarbeijinhos
convenceste-me vou comprar este fim de semana, estou certa que gostarei
ResponderEliminarjinho
Rita - Pensei bastante sobre isso, ainda mais depois de ler o teu comentário. Acho que se trata de uma forma de auto-retrato, mantendo a filosofia intimista do livro. Certo, certo é que me agarrou até à última página e está a convidar-me para o reler.
ResponderEliminarMultiolhares e gabrielle - Vão ver que vale a pena, ainda hoje depois de já quase ter passado um mundo desde que o acabei de ler continuo a ver as imagens que ele me trouxe (repito, talvez por ter lá estado). Ao ponto de me ter feito adiar o início da leitura de outro que me despertou uma grande expectativa "O Sal na Terra".
ResponderEliminarEstou à espera que mo emprestes!!!!
ResponderEliminar:-)
Voltarei aqui sempre que tenha um bocadinho
Beijinhos
Xana - O prometido é devido.
ResponderEliminar"Atão" vá! I'm keep on waiting! daqui a nada estou de férias!!!
ResponderEliminarJinho molengão!
:-)
Olá
ResponderEliminardeve ser belissimo o livro..
«Desperta, lava de luz o teu rosto.
Canta baixinho uma canção,
que afaste a tristeza e o medo.»
bjhs