segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Músicas


Tive uma recaída em relação às músicas que marcaram a minha infância. Num daqueles momentos repentinos coloquei no CD do carro o magnífico disco dos Genesis - "Selling England By The Pond" e dei por mim a pensar em tudo o que ouvia há mais de 20 anos.


Acima de tudo gostava de vos falar dos Genesis, mas não consegui ainda encontrar a minha música favorita "Firth of Fifth" (só mencioná-la provoca-me arrepios), depois o melhor será talvez começar pelo princípio.

O princípio para mim foram os Supertramp e o álbum "Crisis? What Crisis?". (Estranhamente o titulo assenta que nem uma luva no Portugal do sec. XXI, mas isso são contas de outro rosário) O que tem este disco de especial? Hoje pouca coisa, para um miúdo de 11 anos foi o Big Bang, ainda por cima este disco foi banido lá de casa (eram um bando de barbudos de grandes gadelhas, de certeza que eram drógados). Foi uma espécie de emancipação musical precoce o grito contra os fados, o Marco Paulo, o Toni dos Santos, a Anita Guerreiro e muitos outros que assombravam os meus pavilhões auditivos.

Passados alguns anos voltei a comprar este disco (o primeiro exemplar tinha sido trocado pelo do Eurofestival da Canção - outro vómito sonoro, pela minha mãe) desta vez clandestinamente, seguiram-se os discos "Crime Of The Century", "Even In The Quietest Moments" e, sobretudo, "Wish You Were Here" dos Pink Floyd. Claro que esta colecção acabou por ser descoberta e instalou-se a preocupação se eu não seria também um drógado.

Depois de muitos atritos de muita guerra, lá me deixaram em paz com as minhas músicas seguiram-se Genesis (antes da saída de Peter Gabriel), Triunvirat, Yes, Emerson, Lake & Palmer, Tangerine Dream, Vangelis, Jean Michel Jarre, Jean Luc Ponty, Frank Zappa, David Bowie, Kraftwerk, Ultravox, Rick Wakeman, Queen, Led Zeppelin... vou parar a lista pois arriscava-me a levar toda a noite, apesar de haver omissões imperdoáveis.

Olhando para os dias de hoje vejo que a juventude tem uma vida muito mais facilitada que a nossa, é preciso lembrar que estávamos em 1975 meses após o 25 de Abril de 1974, que o nosso país acordava dum profundo pesadelo Fascista que tinha durado 48 anos e que apenas pequenas elites tinham acesso ao que de mais moderno se produzia em termos artísticos lá fora. Portugal era um país rural, inculto, atrasado e "orgulhosamente só". Os Supertramp foram assim como que um 25 de Abril para mim.

Em relação à qualidade da música de agora, não sou desses que dizem que antigamente é que era bom agora já não se faz música de jeito, mas digo (com alguma nostalgia) que não se faz música como antigamente. Adoro U2, Coldplay, Depeche Mode e muitos outros grupos actuais, mas aquela sonoridade, a orquestração quer do Rock Sinfónico quer do Rock Progressivo foram desaparecendo. Como não sou um adepto da Chiclet (lembram-se dos Taxi "mastiga e deita fora") volto regularmente ao meu baú.

Fiquei muito contente pois enquanto escrevo estas linhas estou a ouvir os Supertramp e a minha filhota (que tem precisamente 11 anos) passou por aqui e disse "-Pai estás a ouvir uma música bué fixe". A miúda pelos vistos sai aos pais (a minha cara metade partilha também estes gostos, embora o mais que tudo para ela sejam os Queen).

Uma última palavra para as imagens do vídeo que escolhi para hoje, não têm nada a ver com a música, mas como há algumas de bom gosto e o mais importante era mesmo a música achei que não fazia mal usar aquele vídeo.

Fiquem Bem!

Sem comentários:

Enviar um comentário

Obrigado por mergulhar aqui