sábado, 24 de novembro de 2007

Regresso à calma


Após a tempestade vem bonança. Foi uma semana alucinante, no Domingo o Dudu e o Max resolveram ir dar um passeio à revelia, não foi a primeira vez, mas ao fim de uma hora comecei a preocupar-me e após percorrer as redondezas sem os encontrar e de os chamar até à exaustão sem sucesso vim para casa.

Passado algum tempo vejo o Dudu vir a coxear horrivelmente, ao agarrar-lhe na pata verifiquei que havia uma fractura e arranquei imediatamente com ele para o Hospital Veterinário. Após a radiografia veio a verificar-se que era uma fractura múltipla e em torção o que obrigou a uma delicada cirurgia.

Quanto ao Max, nada nem sinal, percorremos toda a vizinhança e nada. Na 2ª feira após uma chamada indicando que um cão idêntico ao Max tinha sido avistado do lado da Fonte da Telha lá fomos à procura, mas sem sucesso. Continuamos as buscas ao frio e à chuva mas nada. Até que na Quarta-feira de manhã lá estava ele do lado de dentro do Pinhal do Inglês. Ainda chamei pelo guarda mas sem sucesso e tive de ir trabalhar, à tarde já estava cá fora à porta de casa.

Quem não ficou contente foi o Dudu que deve-se ter sentido abandonado peo irmão depois do acidente. Mas agora já fizeram as pazes e está tudo em harmonia, com a gripe que apanhei já em fase de rescaldo também. Vontade, tempo e condições para escrever é que não houve.

Fiquem Bem!

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

O anel


Depois de altos e baixos, estou de novo feliz, mas tenho de me lembrar sempre daquele conto Budista em que o velho Rei quando está preste a morrer chama o filho e dá-lhe um anel dizendo – Meu filho vais herdar o meu Reino mas toma atenção, este anel, usa-o sempre e quando estiveres nos teus maiores momentos de tragédia ou de glória retira-o e lê a inscrição que tem no interior.

O jovem príncipe tornou-se Rei, passados anos um conflito com o reino vizinho provoca uma guerra e no meio de uma batalha, tendo perdido a maioria dos seus amigos e vendo que a mesma estava praticamente perdida e com ela a guerra ele lembrou-se do anel, retirou-o e leu "Um dia também isto terá um fim". Num volte face o jovem Rei acaba por vencer a batalha e de vitoria em vitoria acaba por vencer a guerra, ao regressar em triunfo, aclamado pelo povo, ele voltou a lembrar-se do anel retirou-o e leu "Um dia também isto terá um fim".


Fiquem Bem!

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Felicidade

Parque dos Poetas 03/11/2007

Hoje, tendo de novo perdido o barco por poucos minutos, decidi sentar-me à beira-rio enquanto esperava pelo próximo. O sol aquecia-me a pele, contrastando com a brisa fresca, pensei em colocar os auscultadores para ouvir música, mas as ondas do rio imploraram-me que não o fizesse. Concordei e fiquei a ouvi-las, abri a minha revista do Budismo e comecei a ler, mas ao longe outras ondas solicitaram a minha atenção, mais uma vez anuí. Fiquei ali simplesmente olhando para a paisagem e ouvindo o doce cantar das ondas.

Entretanto chegou o barco, coloquei os auscultadores, a música dos Tangerine Dream nunca me tinha parecido tão bela. Venho no barco a ouvi-la e sinto nuances que nunca senti, sinto uma cristalinidade nunca percebida, apesar das condições não serem as ideais.

Sinto-me feliz, só por aqueles minutos. Esta felicidade faz-me lembrar a flor do Lótus, bela e imaculada no meio do lodo. A minha vida não tem sido nada fácil, mas senti-me e ainda me sinto feliz, não é aquela felicidade do riso alarve, da conquista desta ou daquela meta. É simplesmente felicidade. Porquê?

Por nada! Sinto-me feliz por nada!


Fiquem Bem!

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Pôr-do-Sol



O pôr-do-sol é sempre algo de fascinante, infelizmente agora não posso ir dar um pulinho à praia e contemplá-lo depois de sair do trabalho, resta-me pois os fins-de-semana. Estava a entrar no barco e vi como estava bonito o céu, com os tons rosa e azul típicos desta hora do dia, ocorreu-me olhar à volta e ver a reacção das outras pessoas, ninguém estava prestando atenção, atrasei o passo na esperança de ver alguém a olhar para ele, mas nada ninguém pára para ver o pôr-do-sol. E este estava particularmente exuberante.

Lê-se o jornal ou a Caras, olha-se para o chão ou para o relógio, brinca-se com telemóvel, mas para olhar para aquilo que é belo, para saborear a vida ninguém parece ter tempo. O Dalai Lama diz que a humanidade vive como se nunca morresse e morre como se nunca tivesse vivido. Mais uma vez encontro uma profunda sabedoria nas palavras de Sua Santidade.

Longe de criticar ou de me achar superior, sinto compaixão por todos os que atravessam a sua existência sem viverem. Muitos têm perfeita noção disto, outros acham que uma existência carregada de materialismos, passada a correr para ganhar mais e mais chama-se vida, é destes que sinto maior compaixão, pois sentirão uma enorme dor quando tiverem de abandonar este mundo.


Fiquem Bem!