ESTOU NO MAR, NO AZUL INFINITO, ESTOU MOLHADO, SENTINDO O SABOR DO SAL, O CHEIRO DA MARESIA. VEJO A LUA REFLECTIDA NO MAR, INUNDANDO-O DE UM BRILHO PRATEADO.
SEJAM BEM-VINDOS AO LADO ESCURO DA LUA.
Comecei a ouvir esta música e como sempre fiquei hipnotizado. A voz poderosa de Beth Hart e a mestria de Joe Bonamassa na viola, pontificam nesta belíssima melodia.
Não sou de fazer planos, toda a minha vida tenho andado ao sabor dos ventos e das correntes. Claro que tomo opções: umas vezes vou à bolina, noutros faço um bordo, noutras ainda vou à pôpa, que viro a bombordo, a estibordo, que ora viro em roda, ora cambo.
Mas no fim o destino não interessa, o importante é a viagem. Que é como quem diz: Não há um caminho para a felicidade, a felicidade é o caminho.
Voltar ao pé do Mar, acordar ao lado da Mulher que amo e contemplar as ondas a rebentarem na areia, fizeram despertar de novo em mim a vontade de vir aqui.
Já havia mais de um ano que não estava assim perto Dele, sem pressas, sem afazeres, sem um calendário a cumprir. Sinto-me rejuvenecido, renascido, sinto-me como um veleiro vogando vorazmente pelas cristas das ondas.
Estou de novo a escrever, o Paisagens ficou parado, incompleto, enquanto atravessava a Europa, de Oeste para Leste, de Sul para Norte. Talvez agora o possa continuar, talvez agora o possa terminar, por certo mais enriquecido, afinal a viagem que começou em Portimão em direcção ao Norte, que sulcou o Mediterrâneo até Itália, que visitou o deserto e cruzou o Atlântico na rota de Cristóvão Colombo, vai continuar a expandir-se: Lille, Bucareste, Copenhaga, Munique, Viena, Constança e o Mar Negro.