domingo, 7 de dezembro de 2014

Mar dos sargaços

Não corre um fio de vento, o mar parece azeite, a imobilidade é total. O tédio instala-se suspiro por uma tempestade, neste momento pouco importa a vida, apenas queria algum vento.

Navegar é preciso, viver não é preciso.

Estou a ouvir o último disco de Leonard Cohen, a música Never Mind, parece fazer sentido neste momento. Estou sem inspiração, tenho vindo escrever enquanto ultrapasso o mar dos sargaço, esse pedaço de oceano onde não há ventos nem correntes.

Sou um homem de tempestades, de fortes ventanias, de ondas gigantes. Adoro sentir o vento a fustigar-me o rosto, a assobiar nos brandais ou entre os pinheiros. Gosto da sensação da adrenalina, daquela sensação de formigueiro, gosto do stress da acção.

Odeio o conforto de um dia igual ao outro, das rotinas. Prefiro a picada à autoestrada, não saber onde vou, se consigo atingir o meu destino em contraponto com a partida e chegada com hora marcada e paragens agendadas nas diversas estações de serviço.

Prefiro procurar um recanto de uma moita para mijar a esperar na fila do WC.

Sou um lobo, uma águia, não sou um carneiro ou uma ovelha. Prefiro enfrentar a incerteza de ter refeição a pastar no meio do rebanho.

Defendo ciosamente aquilo que diferencia dos outros e escondo o que me identifica, detesto ser mais um.

Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Entropia e caos.

Estava calmamente passeando pelo pinhal, sentindo aquele aroma único da resina e da caruma misturadas com a maresia, ouvindo o vento de noroeste assobiando pelos ramos dos pinheiros, observando a ondulação destes e das giestas.
Sinto-me bem agora, depois de atravessado um longo deserto onde conheci oásis magníficos mas onde a sede, o cansaço e a fome quase me derrubaram.
A entropia desvendou-se aos meus olhos em toda a plenitude. Nunca se consegue voltar exatamente ao local de onde se saiu.

Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Land Rover Discovery

Estou de volta às origens, que é como quem diz ao Discovery. O TD5 é como o homem da Regisconta "Aquela MÁ-QUI-NA!". Isto para quem se lembra do anúncio. De facto este foi defenitivamente o carro que me atestou as medidas e com cangulo! Um motor concebido exclusivamente para TT (acho que foi o único), uma suspensão pneumática atrás e com o sistema ACE que teima em manter a carroçaria sempre direita independentemente da carga e da força centrífuga, mas que quando passamos a trialeiras deixa um curso de 1 metro (sim é mesmo um metro) às suspensões. Depois há o HDC, o controlo de tração, a possibilidade de elevar a traseira para aumentar os ângulos central e de saída. A única falta é o bloqueio manual dos diferenciais. Situação que até se pode ultrapassar pois já vi que é possível bloquear o centro por software. Enfim na minha modesta opinião é o melhor carro de todos os tempos!!!

Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho.