segunda-feira, 28 de maio de 2007

PAREM AS ROTATIVAS

A NOTICIA surgiu hoje eram umas 9 e meia no telejornal da SIC, primeiro em rodapé e depois em video: OS POLICE VÃO VOLTAR A PORTUGAL!!! Setembro no Estádio Nacional. Para mim foi uma dupla surpresa pois não sabia que se tinham voltado a juntar. Gritei e pulei que nem um doido. A minha filha olhava para mim desconfiada, assim como quem diz: "não me digas que ele andou a beber muita água da piscina"!

27 aos depois de ter ficado à porta do estádio do Restelo (e fugido da policia de choque) eis a oportunidade da vingança. Vou começar a contar os dias que faltam para o concerto. As músicas "Roxanne", "Message in a Bottle", "De Do Do, De Da Da Da", "Every Little Thing She Does Is Magic", "Every Bread You Take"! Só para mencionar uma de cada album - "Outlandos d'Amour", "Regatta de Blanc", "Zennyatta Mondatta", "The Ghost On The Machine" e "Synchronicity". Fazem parte do meu imaginário, não sei se hoje seria a mesma pessoa se não tivesse vivido essas músicas!

Apenas outro grupo teve tanta influencia para mim como os Police - adivinharam foram os "Pink Floyd". De uma forma diferente, os Pink traziam a consciência do mundo, faziam pensar e são intemporais. O Police trouxeram a alegria de viver, o prazer, o gosto por desfrutar cada momento da juventude, dançar, cantar... Mais que os Pink, eles ficaram como uma marca da minha juventude, pois "Money", "Another Brick In The Wall", etc acompanharam-me no crescimento até adulto, pelo contrário, "Bring On The Night", "Don´t Stand So Close To Me", etc ficaram lá naqueles anos loucos. Uns e outros eram uma espécie de Yin e Yang da música: longe de serem antagonistas, completavam-se, um era a noite e o outro o dia.

Entre 1978 e 1984 os 3 louros eram O GRUPO, o delírio das criancinhas. Toda a gente os cantava e idolatrava; chamaram-lhes os novos Beatles. Foram o icone da minha geração, a sua popularidade só teve paralelo nos Pink Floyd, nos Queen, nos Beatles e, recentemente, nos U2. Sting, Copeland e Summers reinaram nos palcos, nas pistas de dança (naquele tempo passavam música nas discotecas), nas tabelas e nas rádios. Foram de facto a banda que marcou a passagem da década de 70 para a de 80. Sting o vocalista e principal criativo foi e é uma das figuras incontornáveis da música dos secúlos XX e XXI! Foram premiados com 6 Grammys e 2 Brit Awards, isto numa altura em que era quase heróico conquistar um destes prémios.

Estou "Walking on the Moon", ouço "Voices Inside My Head", vejo "Spirits In The Material World", quando eles se separaram disse "Can't Stand Loosing You" e fiquei com um "Hole In My Life" e pensei "When the World Is Running Down, You Make the Best of What's Still Around", mas agora esta noticia "Driven To Tears" todos aqueles que, como eu, viveram intensamente esses anos, especialmente aqueles que os atravessaram na adolescência, sinto-me um "Canary in a Coalmine". Bombs Away!

terça-feira, 15 de maio de 2007

Exaustão

Sou mesmo um lingua de trapo! Armei-me aos cágados a desancar na página da internet lá do serviço, ainda por cima reproduzi por escrito aquilo que verbalizei. E lá me aterrou o memino no colo. Leia-se incumbiram-me da tarefa de realizar algo em condições.

Fazer melhor não vai ser dificil, basta darem por lá um pulinho para perceberem o que quero dizer (www.cofre.org). Só que para se fazer uma página em termos profissionais, regra geral é uma equipa cuja dimensão normalmente é proporcional ao resultado esperado.

Ali estou sózinho, completamente sózinho, ainda por cima só agora comecei trabalhar com o "Dreamweaver", com o "Flash", com o "Fireworks" e com o "Acrobat". Conheço mal os programas, não tenho nenhuma experiencia em desenhar páginas profissionais, apenas fiz uma pessoal só para exprimentar, e "last but not least" só disponho de uma fracção do dia de trabalho para me dedicar a ela, o restante tempo distribui-se por manter a página actual, administrar um sistema UNIX, administrar uma base de dados ORACLE, fazer programas aplicacionais em SQL e COBOL, dar assistencia ao hardware, dar suporte aos utilizadores, regularizar e integrar operações, fazer o fecho do mês, tirar mapas para a contabilidade, ainda há mais umas coisitas mas se não fico por aqui arrisco-me a entrar em stress pós traumático.

Resultado quando chego a casa ainda com força para vir para o PC, regra geral é para estudar o Dreamweaver, para consultar outros sites, etc. etc. Hoje abri uma excepção estou exausto mas obriguei-me a vir cá dar uma palavrinha.

A juntar ao cansaço, ainda há uma questão que abordarei em "http://de-escarnio.blogspot.com/" noutro dia, o meu corpo e o meu espírito anseiam por se irem recostar no sofá a embezerrar na frente da TV.

Fiquem Bem!

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Inspiração




Como devem ter notado, tenho andado sem inspiração para escrever. Já lá vão longos meses sem mergulhar, o curso de Rescue Diver está parado, tudo isto fruto da coluna. Tenho compensado fazendo longas caminhadas até e pela praia, ainda ontem lá estive, mas estar no fundo do mar é entrar num outro mundo, numa outra dimensão.

Por outro lado, a mulher e a filhota já estão operacionais e essa preocupação também já se desvaneceu. E como ontem ainda deu para dar um mergulho e brincar um pouco nas ondas; mas à tarde veio aquele temporal, o clima está deveras estranho - uma manhã de verão e uma tarde de inverno. Daí que já me sinto algo mais liberto para escrever umas linhas.

No Domingo sentei-me na areia a olhar as ondas e a meditar um pouco, depois realizei umas posições de Yoga destinadas a melhorar a eficiência respiratória por forma a reduzir o consumo de ar, permitindo que as garrafas de mergulho durem mais tempo. Isto trouxe-me alguma paz, embora uma série de acontecimentos me tivessem deixado taciturno o resto do dia.

Mas ontem as coisas já correram muito melhor. Comecei pelo Yoga, seguidamente tentei lembrar-me dos movimentos de Tai-Chi e lá consegui fazer qualquer coisa e por fim o momento de meditação, aqui dei por mim a sincronizar a respiração com as ondas. Inspirar enquanto uma onda se vai formando, para expirar quando ela rebenta. Fiquei sincronizado com o Oceano e durante vários minutos nada mais me toldou o espírito.

Em poucos segundos comecei a encontrar as ondas certas e a sintonia foi rapidamente estabelecida, depois era apenas uma questão de ir buscar a onda certa a cada ciclo da respiração. É impossível descrever aqui a sensação que me assolou. Uma paz enorme invadiu a minha alma. A cada inspiração era como que a energia do mar inundasse os meus pulmões e, passando para a corrente sanguínea, percorresse todo o meu corpo. Senti a mente abrir-se e tocar a espuma das ondas, numa espécie de clarividência. Acho que posso afirmar que entrei num estado modificado de consciencia.

Já tinha exprimentado entrar em EMC, mas nas outras ocasiões tais incursões tinham sido conduzidas por um professor, na Escola Superior de Medicina Tradicional Chinesa, e tal sucedia durante a prática de Chi-Kung, após algum tempo consegui usar essa técnica em qualquer lugar, depois, devido às muitas alterações que a minha vida sofreu neste últimos 6 anos, entre as quais o afastamento do curso e o aumento das preocupações económicas, afastei-me dessa prática. Seja como for a sensação que exprimentei ontem foi completamente diferente dessas.

No Chi-Kung uma luz dourada cegava-me e tinha a sensação de que saía do meu corpo, como se estivesse a ver de cima para baixo, i.e. conseguia perceber quem estava atrás de mim e o que estava a fazer. Ali senti-me como se eu próprio não existisse, que era a espuma das ondas que se desfazia, dissolvendo-se no mar e no vento. Eu era o onda que crescia até começar a quebrar acabando a acariciar suavemente a areia, subindo até ao Yang para depois descer ao Yin, mantendo a harmonia e o equilibrio do Universo. Vislubrei que o Universo é como as ondas sempre em movimento sinosoidal, em que ao atingir o Yang segue-se uma descida até ao Yin, assim com o dia avança até ao Sol atingir o zénite - o Yang - ao meio-dia para descer até ao Yin da meia-noite, voltando a subir num ritmo perpétuo. Assim todo o Universo pulsa, e acredito que durante aqueles minutos senti o seu pulsar.

Na próxima vez que estiverem junto ao mar, tirem os headphones, desliguem a música, tentem isolar-se um pouco e sentem-se a contemplar o mar, a tentar sincronizar a vossa respiração com a dele e a escutá-lo atentamente, talvez também consigam sentir tudo o que lhes tento descrever.


Fiquem Bem!