quarta-feira, 1 de março de 2023

The Dark Side of the Moon



50 anos! Porra! Estou velho!

Hoje melguei a paciência a toda a gente com esta efeméride! Salvo raras e honrosas excepções, a esmagadora maioria dos meus amigos não eram nascidos quando este álbum foi lançado, curiosamente um dos mais novos foi o primeiro a concordar comigo que este é o melhor álbum de todos os tempos.

De facto os anos parecem não afetar a música nem os textos, hoje ainda faz sentido quase tudo o que é cantado e a harmonia musical está longe de ser datada.

Tinha quase 10 anos quando este disco foi lançado, ao ouvi-lo fiquei apaixonado e pedi à minha mãe que o comprasse, ela foi à loja e ouviu, agarrou-me por uma orelha e arrastou-me de lá para fora a dizer que nunca me compraria este disco porque era muito subversivo. (Bem, o que ela disse mesmo é que era música de drogados😆).

Poucos dias depois o meu pai veio oferecer-me às escondidas - Vê lá, não o ouças quando ela estiver em casa!

Ainda hoje fico arrepiado cada vez que o ouço, acho que nenhum outro disco me consegue trazer tantas emoções, os sublimes acordes da viola de David Gilmour, a perfeita harmonia entre a bateria de Nick Manson e a viola baixo de Roger Waters tudo temperado com os teclados do Richard Wright, se existe algo perfeito neste planeta é definitivamente este disco.




Fiquem bem no lado escuro da Lua.

terça-feira, 4 de outubro de 2022

Abbey Road



Este sempre foi um dos meus álbuns favoritos. Melodias como Here comes the Sun, Come Togheter ou Something encheram desde a minha pré-adolescência o meu universo musical. Hoje estava a ler um texto da AnaMar e de repente este álbum saltou-me das memórias e uma vontade imperiosa de o ouvir apoderou-se de mim.

Tantas coisas que deixamos para trás na vida, mas a música é daquelas que sabe sempre bem ir rebuscar. 

Fiquem bem no lado escuro da Lua.

segunda-feira, 11 de julho de 2022

Onde o Mar é mais Azul


Depois de um dia em que não se sentia a diferença entre abrir a porta do terraço e a porta do forno, hoje, aqui onde o mar é mais azul, a típica doce e refrescante brisa marítima temperou o clima o que me permite estar a escrever estas linhas no exterior.

Confesso que ainda sinto uma certa nostalgia de Lagos, mas este cantinho é de facto abençoado. Com uma quantidade assinalável de praias, desde as mais cosmopolitas às mais escondidas, a temperatura da água é compensada pelo calor humano. Inúmeras ribeiras desaguam em praias cavando vales férteis até à areia e proporcionando abrigo aos ventos que são uma imagem de marca do Oeste.

Depois há esse pormaior que, para quem me lê há algum tempo já sabe, tem uma importância central na minha vida - O AZUL. De facto aqui é mesmo onde o mar é mais azul! Desde que me conheço como gente, o azul foi sempre a minha cor favorita e sempre dominou os meus gostos. Cresci com uma vista privilegiada sobre o azul com o mar à porta e o céu limpo sobre a cabeça. Passava dias inteiros na praia, mergulhando, nadando, surfando, quer dizer tentando surfar, pois naquela altura era muito difícil encontrar pranchas de surf em Portugal, tentei fazer com vários materiais que conseguia arranjar, mas todas se partiam na minha primeira tentativa de as usar 😖. Acabei a fazer bodysurf, ou como se dizia na época a "correr marulho". Ou a surfar com os pequenos veleiros da escola de vela, acabando muitas vezes por ver-me obrigado a algumas reparações nas embarcações.

Por falar nisso, tinha 12 anos quando pela primeira vez me sentei um barco à vela - um Optimist. Ainda hoje me lembro da sensação de caçar a vela e sentir a "caixa de sabão" a deslizar pela ribeira até ao mar, de esgueirar-me pela praia da Batata, passar pela praia dos Estudantes e contemplar o pôr-do-sol na Ponta da Piedade. Acho que me ficou melhor gravado esse momento do que o do primeiro beijo. 😆


Fiquem bem no lado escuro da Lua.



domingo, 26 de junho de 2022

Bring on the night

      23 de Junho de 2022

Isto anda muito musical! O post anterior foi sobre os Pink Floyd, neste momento Confortably Numb está a tocar numa playlist aleatória que começou com Joe Bonamassa+Beth Hart, Beth Hart, Shiva Ree e agora passou para Chris Isaak - outra música monumental - Wicked Game. Está a ser brutal!!!

Na paisagem visual ainda flutua a memória de (mais) um pôr do sol fantástico sobre o Atlântico, aqui, onde o mar é mais azul. Ao que se seguiu (mais) um crepúsculo também fabuloso.

    5 de Maio de 2022

Esta é o momento mais mágico do dia aquele que se estende desde os minutos precedentes ao pôr do sol até à escuridão completa! Foi uma das coisas que mais senti falta nos anos em que estive fora de Portugal, apenas em Roskilde tive um pequeno vislumbre, mas o fjord estendia-se para norte e assim o sol punha-se sobre terra.

Após o fim do dia de trabalho, dirigia-me à margem do fjord e ficava por lá a admirar as nuances do crepúsculo, afogando as saudades do Atlântico e mascarando a solidão, comia um cachorro-quente e voltava para o apartamento com a alma saciada.

    15 de Setembro de 2020

Completei um circulo, dei a volta à Europa, estive praticamente nos seus dos 4 cantos nestes últimos anos, mas faltava sempre algo... Quase que me esquecia: Constanţă, mas aí era o nascer do sol que trazia as melhores paisagens. 

    05 de Outubro de 2019

Mas continuo a preferir o crepúsculo, a luz é diferente, guia-nos para a calma da noite, em especial quando podemos desfrutar desses momentos à varanda, com o vento a acariciar-me o rosto, a saborear o gosto fumado de um copo de Ardebeg, com um Cohiba a completar o quadro olfato/degustativo, a observar o lampejo longínquo do farol, com o som desta bela melodia misturando-se com o canto das gaivotas que regressam aos ninhos depois da pescaria da tarde.

E claro na companhia de quem amamos.



Bring on the Night / I couldn't stand another hour of daylight. 




Fiquem bem no lado escuro da Lua.

quarta-feira, 22 de junho de 2022

Delicate sound of Thunder

Tenho estado a assistir ao video Delicate Sound of Thunder! Hoje tinha trazido o PC para escrever algo aqui, mas perdi-me a ouvir os mágicos Pink Floyd.

Por acaso até tinha presenciado um crepúsculo lindíssimo, com uma luz perfeita, ondas e a luz dum barco no horizonte. 

Mas... Wish You Where Here, The Great Gig in the Sky, Breathe, etc captaram a minha atenção.


 

Fiquem bem no lado escuro da Lua.

sexta-feira, 13 de maio de 2022

I'll Take Care of You



Como habitualmente andava deambulando pelas ruas de Lille após o jantar, de repente uma voz poderosa irrompe pelos auscultadores em desafio com uma guitarra tocada com uma mestria rara! 


I'll Take Care of You cantava a na altura a por mim desconhecida Beth Hart, a seguir entrava um monumental solo de viola de outro ilustre desconhecido Joe Bonamassa. Rapidamente se tornaram os meus fieis companheiros de passeio nocturno.


Foi um período intenso, pela primeira vez estava a viver fora de Portugal, pela primeira vez tinha reuniões de trabalho numa língua que não a de Camões, pela primeira vez vivia isolado a muitas centenas de quilómetros de alguém que conhecesse, pela primeira vez contactava intimamente com outra cultura. Também no aspecto musical era uma primeira vez.

Fiquem bem no lado escuro da Lua.



domingo, 8 de maio de 2022

Sou uma câmara


O sol está quente, uma fresca brisa tempera o clima ao mesmo tempo que desenha pequenas vagas que se transformam em cristas de espuma. A areia quente transmite uma a terna textura dos grãos. 

Agora que a neblina matinal se dissolveu suavemente debaixo dos raios do sol, o piar das gaivotas mistura-se com o murmúrio das ondas que rebolam pela areia e convidam a um mergulho nas suas águas temperadas. 

As poucas pessoas que usufruem deste pequeno paraíso na Terra vão brincando com os seus patutos ou simplesmente passeando pela fina areia, o vento fresco inibe o ímpeto de mergulhar, mas aos poucos vão-se deixando convencer uma após outra.

As ruínas do forte abandonado pela sua obsolescência, continuam firmes e determinadas a resistir à erosão dos anos. Assim como o AMOR, o verdadeiro AMOR, por muitas que sejam as vicissitudes e  os problemas, também ele resiste como este forte à erosão.  

Tal como o forte dá uma pincelada poética na paisagem, o AMOR contagia a vida como um poema romântico, trazendo cor, alegria e prazer mesmo em tempos difíceis e convida-nos a olhar para trás e a pensar: "Valeu a pena".

AMO-TE ANGÉLICA!


Fiquem bem no lado escuro da Lua.